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17 de abr. de 2025

Você entregou tudo. Mas vai esperar 90 dias pra receber?

Você entregou tudo. Mas vai esperar 90 dias pra receber?

Você entregou tudo. Mas vai esperar 90 dias pra receber?

Você entrega campanhas virais, supera expectativas e... espera 90 dias pra receber? Entenda por que isso acontece, quem perde com isso e como a DUX ajuda criadores a destravar fluxo de caixa sem burocracia.

Diogo Fontes

CSO

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 Imagem estilizada de três homens em perfil com expressão de frustração, sobre fundo amarelo e preto. Um deles tem uma lágrima digital no rosto. Texto em destaque: “Você entregou tudo. Mas vai esperar 90 dias pra receber?”. Visual com estética glitch, marca DUX e crítica ao atraso nos pagamentos na economia criativa.
 Imagem estilizada de três homens em perfil com expressão de frustração, sobre fundo amarelo e preto. Um deles tem uma lágrima digital no rosto. Texto em destaque: “Você entregou tudo. Mas vai esperar 90 dias pra receber?”. Visual com estética glitch, marca DUX e crítica ao atraso nos pagamentos na economia criativa.
 Imagem estilizada de três homens em perfil com expressão de frustração, sobre fundo amarelo e preto. Um deles tem uma lágrima digital no rosto. Texto em destaque: “Você entregou tudo. Mas vai esperar 90 dias pra receber?”. Visual com estética glitch, marca DUX e crítica ao atraso nos pagamentos na economia criativa.

Imagine aquele case ideal: você realizou um job super complexo e tudo deu certo. Aliás, mais do que isso, você viralizou a campanha, bateu todas as metas estabelecidas pelo cliente, superou de longe as expectativas da marca. Foi pauta em portais, gerou engajamento real, converteu vendas. Um golaço.

Mas na hora do pagamento… tem que esperar 90 dias pro dinheiro cair na conta.

Esse é o drama cotidiano de milhares de criadores de conteúdo, produtoras independentes, designers gráficos e agências no Brasil. E não, não estamos falando de calote nem de atraso pontual — estamos falando de praxe contratual.

É o que está no papel. E, pior: é o que o mercado aceita como "normal".

A economia criativa opera sob um sistema assimétrico, predatório e profundamente injusto, onde o risco financeiro é transferido para quem tem menos fôlego de caixa. Enquanto os grandes players otimizam seus ciclos financeiros, quem realiza o trabalho de fato é forçado a esperar, parcelar boletos, aceitar condições abusivas ou buscar crédito emergencial a juros proibitivos.

A criatividade brasileira não é sufocada por falta de talento. É sufocada por falta de fluxo.

Neste artigo, vamos entender de onde veio essa lógica perversa, como ela se consolidou no setor criativo e o que pode ser feito — agora — para virar esse jogo.

A origem histórica do crédito comercial

Antes de se tornar uma prática tóxica na indústria criativa, o crédito comercial era apenas uma solução pragmática. Uma forma de facilitar trocas em um mundo onde a liquidez era escassa e a confiança, um ativo.

Desde as primeiras civilizações, encontramos registros de instrumentos financeiros que permitiam a compra de bens e serviços sem pagamento imediato:

  • Na Roma Antiga, o uso das praescriptiones — documentos que atestavam dívidas — ajudava comerciantes a girar a economia sem depender de moeda à vista.

  • Na Babilônia, os empréstimos com juros parcelados eram comuns, regulados inclusive pelo Código de Hamurabi.

  • No Império Maurya (Índia Antiga), as adeshas funcionavam como ordens de pagamento que podiam ser transferidas a terceiros — um tipo rudimentar de letra de câmbio.

Esses mecanismos tinham um objetivo claro: facilitar o fluxo comercial em contextos de baixa bancarização e alta interdependência econômica.

Com o tempo, essa lógica se sofisticou. Bancos passaram a intermediar essas operações, criando instrumentos formais de crédito entre empresas. E o que antes era um acordo entre comerciantes virou estratégia corporativa.

No centro dessa transformação está um conceito cada vez mais usado em conselhos administrativos: otimização do capital de giro.

A lógica é simples: quanto mais tempo uma empresa leva para pagar, mais tempo ela tem para usar aquele dinheiro em outros fins — sejam investimentos, recompras de ações ou simplesmente acumular reservas.

Mas o que acontece quando esse modelo é aplicado sem equilíbrio, em mercados assimétricos como o da economia criativa?

É o que veremos na próxima seção.

A distorção moderna: otimizando o caixa à custa do outro

No mundo corporativo, a prática de alongar prazos de pagamento ganhou um nome bonito: Working Capital Optimization. Soa técnico, eficiente, quase elegante.

Mas por trás desse termo está uma verdade incômoda: grandes empresas transferem o ônus do capital para quem tem menos poder de barganha.

Funciona assim:
A empresa fecha um contrato com uma agência, produtora ou freelancer. O trabalho é entregue com excelência, dentro do prazo. O cliente, satisfeito, inicia sua contabilidade interna… e define que o pagamento será feito em 60, 90 ou até 120 dias.

Essa decisão, puramente financeira e estratégica para quem está no topo da cadeia, tem impacto devastador na base:

  • O pequeno fornecedor precisa se endividar para bancar custos de produção, equipe, aluguel, impostos — tudo isso antes de receber.

  • Não há espaço para negociação real. Ou você aceita o prazo leonino, ou perde o cliente (e o portfólio).

  • A cadeia criativa fica vulnerável: a cada grande campanha entregue, aumenta a tensão no fluxo de caixa dos realizadores.

E mais: essa prática foi sendo replicada no setor criativo sem questionamento estrutural. Agências grandes impõem os mesmos prazos a fornecedores menores. Plataformas e veículos adotam calendários fixos que penalizam quem não tem capital de giro.

Resultado? Um ecossistema onde o sucesso criativo gera dívida, e não liquidez. Onde a excelência é punida com espera.

Essa é a realidade que se naturalizou — e que, no Brasil, ganha contornos ainda mais extremos.

A realidade no Brasil: onde o tempo é ainda mais cruel

Se em outros países o prazo estendido é um incômodo, no Brasil ele beira a crueldade contratual.

Enquanto a média de pagamento na Europa gira em torno de 30 dias e nos Estados Unidos raramente ultrapassa 45, por aqui o "normal" já começa em 60. E pode facilmente chegar a 90 ou 120 dias — completamente dentro da legalidade, desde que haja contrato.

A FIRJAN revela que mais de 60% dos negócios da economia criativa brasileira são MEIs ou microempresas. Ou seja: organizações com capital de giro limitado, pouco acesso a crédito e quase nenhuma margem de manobra.

O que isso significa, na prática?

  • Que muitos desses negócios precisam recorrer a empréstimos de curto prazo, muitas vezes com taxas abusivas, para manter as operações.

  • Que uma única campanha de sucesso pode gerar um buraco financeiro de três meses no caixa.

  • Que milhares de criadores e produtoras vivem num looping de endividamento, mesmo entregando valor real ao mercado.

Pior ainda: esse modelo não é ilegal. A lei brasileira permite que partes contratuais definam livremente os prazos de pagamento. Isso cria uma dinâmica perversa onde quem mais precisa de liquidez é colocado contra a parede, tendo que aceitar cláusulas desequilibradas sob pena de perder o trabalho.

É uma armadilha jurídica disfarçada de padrão de mercado.

E quando um sistema se estrutura para manter os pequenos na espera e os grandes no controle, a inovação sofre, a diversidade se retrai e o ecossistema criativo se torna frágil.

Quem realmente perde com isso?

À primeira vista, pode parecer que só o pequeno prestador de serviço sofre com os prazos estendidos. Mas a realidade é mais ampla — e mais corrosiva.

O criador perde autonomia e potência criativa

Quando precisa lidar com um fluxo de caixa instável, o criador não consegue se planejar, investir no próprio crescimento ou escolher com liberdade os projetos que deseja tocar. Ele vira um operador de urgências, mais preocupado com boleto do que com briefing.

O cliente perde qualidade

Para manter o caixa girando, o profissional precisa aceitar múltiplos trabalhos ao mesmo tempo, muitas vezes sem a dedicação necessária. O resultado? Campanhas medianas, entregas apressadas, criatividade comprimida. A excelência se torna exceção, não regra.

O mercado perde sustentabilidade

Um ecossistema criativo saudável depende da diversidade de vozes, formatos e estéticas. Mas prazos abusivos criam um funil tóxico, onde só sobrevive quem tem reserva, investidor ou margem para suportar a espera. E isso exclui talentos periféricos, novos entrantes e agentes independentes.

A ironia é que esse modelo — pensado para proteger o caixa dos grandes — acaba corroendo o próprio valor que essas empresas contratam: criatividade, inovação, relevância cultural.

É o famoso tiro no pé.

Mas nem tudo está perdido. Existem caminhos viáveis para mudar esse jogo.

Saídas possíveis: três frentes para virar o jogo

A praxe dos prazos estendidos não vai desaparecer da noite pro dia. Está profundamente enraizada na lógica corporativa, nos contratos e na cultura de negociação do setor. Mas isso não significa que não haja alternativas.

Sob a perspectiva da DUX, a transformação depende de três frentes:

1. Mudança cultural: criatividade não é bônus, é pilar

Precisamos reprogramar o valor simbólico e estratégico do trabalho criativo. Campanhas, marcas, produtos e experiências não ganham vida sem as ideias, execuções e talentos que os tornam possíveis.

Valorizar o criador é reconhecer sua necessidade de liquidez.
É tratar a criatividade como insumo essencial — e não como um luxo que pode esperar 90 dias.

2. Mudança jurídica: o que a Europa ensina

Em 2013, a União Europeia implementou a Diretiva de Atraso de Pagamento, que limita prazos contratuais a no máximo 60 dias, salvo acordo justificado entre as partes. A intenção é clara: proteger pequenas e médias empresas da exploração sistêmica.

No Brasil, há espaço para avançar nesse debate. Não para engessar negociações, mas para impedir contratos abusivos e garantir um mínimo de equilíbrio.

3. Soluções financeiras adaptadas: antecipação com inteligência

É aqui que entra a DUX. Sabemos que mudar contratos e legislações leva tempo — mas soluções de liquidez podem ser imediatas.

A DUX atua com antecipação de recebíveis sob medida para a economia criativa, usando tecnologia para oferecer:

  • Agilidade (sem burocracia bancária)

  • Custo mais acessível que crédito convencional

  • Atendimento empático e estratégico

  • Produtos pensados para criadores, agências e coletivos

Em vez de esperar 90 dias ou entrar no cheque especial, você transforma seu job entregue em capital disponível. E continua crescendo.

A boa notícia? Já tem gente fazendo isso — e colhendo os frutos de um fluxo mais saudável.

O fluxo como combustível da criatividade

A economia criativa brasileira pulsa. É vibrante, diversa, potente. Mas está sendo sistematicamente enfraquecida por um modelo de capital que premia quem já tem e sufoca quem faz.

O que falta não é talento, nem demanda, nem vontade de criar.
Falta fluxo.
Falta um sistema que reconheça o valor do trabalho criativo não só na premiação de fim de ano, mas no contrato assinado, no prazo justo, no caixa do mês.

Transformar esse cenário exige ação em múltiplas frentes — cultural, jurídica e financeira.
Mas exige, acima de tudo, uma escolha:
vamos continuar romantizando o sofrimento criativo ou vamos construir um mercado onde excelência e sustentabilidade andem juntas?

Na DUX, acreditamos que o criador não deve ser o último a receber. Ele deve ser o primeiro a crescer.

Criatividade precisa de fluxo.
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