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29 de mai. de 2025

Do Estádio para o Feed: Como Criadores Estão Transformando o Futebol Brasileiro em Economia Criativa

Do Estádio para o Feed: Como Criadores Estão Transformando o Futebol Brasileiro em Economia Criativa

Do Estádio para o Feed: Como Criadores Estão Transformando o Futebol Brasileiro em Economia Criativa

Criadores de clubes estão profissionalizando a paixão nacional com conteúdo e influência. No coração da economia criativa do futebol, surgem novas demandas por estrutura, autonomia e soluções que sustentem esse crescimento.

João Filipe Carneiro

Head de Conteúdo

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O futebol no Brasil não é só um esporte — é uma linguagem nacional. É o que conecta um entregador em Belém a uma médica em Porto Alegre, um adolescente no metrô de São Paulo a um avô no interior de Minas. É cultura de massa, rito coletivo e expressão de identidade regional.

Em termos de estrutura, o país é uma potência única: 778 clubes profissionais registrados na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), espalhados por quatro divisões nacionais e dezenas de campeonatos estaduais. Os números impressionam:

  • Série A: 20 clubes

  • Série B: 20 clubes

  • Série C: 20 clubes

  • Série D: 64 clubes

Segundo o IBGE, 76% da população brasileira acompanha regularmente notícias e partidas de futebol — o que dá cerca de 160 milhões de torcedores ativos. É mais gente do que toda a população da Alemanha e França juntas.

E essa paixão se traduz em mercado:

  • O futebol brasileiro movimenta mais de R$ 10 bilhões por ano, segundo a Sports Value

  • Só em publicidade ligada ao futebol, o Brasil girou cerca de R$ 4,5 bilhões em 2022

  • O campeonato brasileiro é o mais assistido fora da Europa, com distribuição em dezenas de países

Mas há um ponto cego: essa imensa base torcedora não é proporcionalmente representada na cobertura da mídia tradicional. Clubes fora do eixo Rio-SP raramente têm espaço em horário nobre. Torcidas numerosas como as do Bahia, Fortaleza, Paysandu ou Remo, por exemplo, quase sempre foram invisibilizadas em grandes canais.

E onde a mídia silencia, a internet grita.

Com o avanço das plataformas digitais, torcedores deixaram de depender de rádio e TV para se informar — e passaram a produzir e consumir conteúdo por conta própria. Esse vácuo abriu espaço para o surgimento de um ecossistema criativo, descentralizado e profundamente engajado.

É aí que entram os criadores de clube — e o jogo começa a mudar.

O Vácuo da Mídia Tradicional e a Explosão dos Criadores de Clube

Durante décadas, a narrativa do futebol brasileiro foi dominada por um filtro editorial claro: o da grande imprensa. Veículos como Globo, Band, ESPN e SporTV centralizaram a cobertura, priorizando o eixo Rio-São Paulo e aplicando critérios de audiência e patrocínio que, na prática, silenciaram boa parte dos clubes do país.

Na lógica do broadcast linear, não havia espaço para 692 clubes.
E muito menos para a pluralidade de vozes que compõe uma torcida.

Foi nesse vácuo que os criadores de clube surgiram — primeiro como torcedores apaixonados com um celular na mão, depois como comunicadores completos. Com vídeos no YouTube, reacts no TikTok, threads no X e podcasts no Spotify, eles fizeram o que a imprensa tradicional não fazia:

Falar para a torcida com o sotaque da torcida.

Esse movimento não é marginal — é massivo.

  • No YouTube, canais como Canal do Benja, Raiz Tricolor ou Camisa 21 somam milhões de views mensais.

  • No TikTok, creators como Dava Gol e Bola Nas Costas misturam humor com análise e alcançam públicos jovens que sequer assistem TV.

  • Em 2022, a própria Globo reconheceu o fenômeno com o projeto “A Voz da Torcida”, integrando influenciadores de clubes ao ge, SporTV e Premiere.

O impacto é claro: a opinião pública esportiva se descentralizou.

Hoje, criadores disputam narrativa com jornalistas tradicionais — e muitas vezes, ganham.
Sua força vem da identificação emocional, do repertório da arquibancada, da linguagem informal que transforma o "furo de reportagem" em "exposed". A credibilidade nesse novo jogo é construída por relação, não só por apuração.

Essa migração de atenção tem implicações profundas:

  • Audiência e receita publicitária passam a circular fora das grandes redações

  • Clubes começam a perceber o valor estratégico desses criadores

  • A economia do conteúdo esportivo se fragmenta — e se multiplica

Em vez de um narrador central, agora temos milhares de microvozes potentes, cada uma com sua comunidade, seu estilo e seu jeito de contar a história do clube.

É a torcida falando por ela mesma. E sendo ouvida como nunca antes.

Influência, Emoção e Seus Limites

A lógica do conteúdo de futebol nas redes sociais não é neutra. Ela é movida por emoção — e monetizada por engajamento.
O criador de clube não é um repórter imparcial. Ele é torcedor, crítico, fã, provocador, às vezes tudo ao mesmo tempo. E é exatamente isso que o torna relevante.

Mas também é isso que torna o ambiente mais volátil.

Quando um vídeo pós-jogo viraliza, ele não apenas informa — ele molda o humor da torcida. Quando um influenciador pede a demissão de um técnico ou expõe um dirigente, ele não está mais fazendo conteúdo: está puxando um movimento.

Em 2023, criadores ligados ao Corinthians e ao Cruzeiro foram diretamente associados a protestos em CTs e cobranças públicas. Em outros casos, criadores foram alvo de ameaças e perseguições virtuais por críticas ou denúncias — uma realidade que mostra que o poder de influência agora é real, e carrega responsabilidade.

Essa dinâmica cria uma tensão entre liberdade de opinião e responsabilidade sobre o impacto da fala. Em um ambiente digital onde a reputação de um jogador pode ruir em um tweet mal interpretado, o criador vira também um formador de juízo coletivo.

É um cenário novo, sem régua nem manual:

  • Qual o limite entre crítica e incitação?

  • Quando a identificação com a torcida vira uma bolha de confirmação?

  • O que acontece quando o conteúdo deixa de informar e passa a apenas inflamar?

Mais do que narradores apaixonados, os creators de futebol se tornaram atores políticos dentro do ecossistema dos clubes. Eles mobilizam, influenciam, pressionam — e muitas vezes, faturam com isso.

Por isso, discutir influência no futebol hoje é também discutir ética, contexto e consequência.
E isso fica ainda mais sensível quando dinheiro entra na equação.

As Casas de Aposta e a Monetização da Paixão

Se os criadores de clube conquistaram relevância e audiência, foi a explosão das casas de apostas que viabilizou sua monetização em escala.

Com a regulamentação das “bets” no Brasil a partir de 2018 (Lei 13.756), o setor passou a operar com mais visibilidade. Entre 2020 e 2023, mais de 500 plataformas de apostas esportivas começaram a atuar no país, movimentando cifras bilionárias. Segundo a H2 Gambling Capital, o mercado brasileiro de apostas online deve ultrapassar R$ 12 bilhões por ano até 2026.

Boa parte desse investimento se direcionou para o futebol e seus criadores. Afinal, quem fala com paixão, frequência e proximidade com a torcida é o parceiro ideal para converter apostas em cliques — e cliques em dinheiro.

O modelo é simples:

  • As casas oferecem códigos promocionais personalizados

  • O criador insere esses códigos em vídeos, lives e stories

  • Cada nova aposta feita com o código gera comissão direta

  • Em alguns casos, há salários fixos ou contratos de patrocínio mensais

Criadores antes informais agora conseguem viver da produção de conteúdo — graças ao capital das apostas.

Mas essa dependência traz dilemas éticos e estruturais:

⚠️ 1. Lucro com frustração

A lógica da aposta é a incerteza. Quanto mais gente perde, mais a empresa ganha. Quando o criador lucra com isso, ele está, ainda que indiretamente, se beneficiando da perda do seu próprio público.

⚠️ 2. Incentivo ao vício

Estudos do Imperial College London mostram que jovens entre 18 e 24 anos são o grupo mais vulnerável ao vício em apostas online. E muitos creators falam diretamente com esse público, sem filtros nem advertências.

⚠️ 3. Risco de bolha

Hoje, muitos criadores dependem quase exclusivamente das bets para manter seus canais ativos. Uma eventual regulação mais rígida ou queda nesse mercado pode colapsar dezenas de projetos criativos.

A monetização da paixão não é um problema. Pelo contrário — ela é essencial para profissionalizar o setor.
Mas quando só existe uma fonte de receita, a liberdade editorial vira refém.
E quando a lógica do lucro passa por cima da saúde do público, a influência perde seu valor.

A pergunta que fica é: quem sustenta os criadores quando o hype das bets passar?

Futebol, Criadores e a Economia Criativa Brasileira

Por trás da câmera tremida, do react emocionado e do pós-jogo indignado, existe algo muito maior em movimento: a emergência de uma nova cadeia produtiva dentro da economia criativa brasileira.

O criador de conteúdo de futebol hoje não é apenas um torcedor exaltado. Ele é:

  • Apresentador

  • Editor

  • Roteirista

  • Designer

  • Gestor de comunidade

  • Empreendedor digital

Ele gera conteúdo, audiência e capital cultural. Vende produtos, organiza eventos, oferece mentorias, cria newsletters e ativa marcas. Ele gera influência que movimenta produtos, ideias, humor coletivo — e dinheiro.

Estamos falando de um mercado com escala e potencial.
Segundo o relatório da YouPix, o Brasil já conta com mais de 20 milhões de criadores ativos, e o setor da creator economy deve movimentar globalmente US$ 480 bilhões até 2027 (Goldman Sachs).

Mas enquanto a visibilidade cresce, a estrutura de sustentação ainda é frágil.

A maioria dos criadores de clube não tem reserva de capital, nem previsibilidade de receita.
Vivem de repasses variáveis, contratos curtos ou dependência quase total das apostas.
E isso limita seu crescimento — mesmo quando têm público, relevância e demanda.

É aqui que entra uma discussão central:

Como garantir autonomia financeira para quem já tem influência, mas precisa de fôlego para escalar?

É exatamente nesse ponto que soluções como a DUX fazem a diferença.

A antecipação de recebíveis — seja de adsense, contratos de conteúdo, publis ou licenciamento — permite que o criador transforme seus ganhos futuros em investimento presente.
É liquidez sem burocracia, pensada para quem não pode esperar 60 dias para ser pago e precisa aproveitar o momento agora.

O criador de futebol é, hoje, um agente da cultura digital brasileira. Ele informa, emociona, engaja e movimenta. Mas para que ele deixe de depender de apostas ou da sorte de viralizar, ele precisa de ferramentas financeiras que joguem a seu favor.

E isso não é luxo.
É infraestrutura.

Paixão Sozinha Não Sustenta — Mas Pode Escalar

O futebol brasileiro nunca foi apenas sobre bola. Sempre foi sobre voz, afeto, narrativa. E agora, mais do que nunca, é também sobre criação, economia e influência.

A revolução silenciosa dos criadores de clube mostra que onde a mídia não chega, a criatividade ocupa.
Mas ocupar não basta.
É preciso sustentar. É preciso escalar.

Entre a euforia do pós-jogo e o boleto do fim do mês, muitos creators vivem num limbo: têm audiência, têm produto, têm relevância — mas não têm caixa. E sem caixa, não há continuidade.

Por isso, pensar a creator economy do futebol é também pensar em liquidez, autonomia e ferramentas que viabilizam o crescimento.

A DUX acredita que o criador de conteúdo é um ativo cultural — e por isso, precisa de soluções financeiras compatíveis com o seu tempo, ritmo e impacto.

Se você vive do conteúdo que cria, não pode esperar. Antecipe seus recebíveis com a DUX e invista no seu próprio jogo. Fale com a gente.

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