Tendências

/

8 de mai. de 2025

3 sinais do futuro cripto que vimos em Dubai e que vão impactar a economia criativa

3 sinais do futuro cripto que vimos em Dubai e que vão impactar a economia criativa

3 sinais do futuro cripto que vimos em Dubai e que vão impactar a economia criativa

Direto da TOKEN2049 Dubai: RWAs, stablecoins e jurisdição. Três forças que estão redesenhando o futuro do capital digital — e que podem destravar crescimento real na economia criativa.

João Pedro Novochadlo

CMO

CMO

CMO

Ilustração futurista de robô com vestimenta árabe no deserto de Dubai, com cidade ao fundo, representando tendências do futuro cripto que impactam a economia criativa.
Ilustração futurista de robô com vestimenta árabe no deserto de Dubai, com cidade ao fundo, representando tendências do futuro cripto que impactam a economia criativa.
Ilustração futurista de robô com vestimenta árabe no deserto de Dubai, com cidade ao fundo, representando tendências do futuro cripto que impactam a economia criativa.

A TOKEN2049 Dubai mostrou que o universo cripto está amadurecendo — e, mais importante, começando a impactar o mundo real.

Entre stablecoins que compram empresas, redes que pagam por infraestrutura e ativos tradicionais sendo tokenizados, vimos de perto como a nova economia está sendo redesenhada para quem cria, opera e investe fora dos circuitos financeiros tradicionais.

A DUX esteve lá não só para acompanhar as tendências, mas para entender como essas inovações podem acelerar nossa missão: dar acesso a capital rápido, justo e estratégico para quem movimenta a economia criativa.

Este artigo resume os três sinais mais claros que vimos no evento — e o que eles revelam sobre o que vem pela frente.

RWA: tokenizar não basta — é preciso gerar valor, liquidez e confiança

Entre as palavras mais repetidas na TOKEN2049, “RWA” — Real World Assets — se destacou como uma das maiores promessas da próxima fase do mercado cripto. A ideia é simples: trazer ativos do mundo real (como crédito, imóveis, commodities ou contratos) para dentro da blockchain, ganhando liquidez e eficiência com transparência programável.

Mas como em todo novo ciclo, há mais otimismo do que tração real.

Segundo Chris Yin, CEO da Plume, uma blockchain focada em RWAs, o volume on-chain de RWAs está inflado: estimativas falam em US$ 20 bilhões, mas o valor efetivo circulando com lastro auditável seria mais próximo de US$ 10 bilhões. E ainda assim, concentrado quase totalmente em T-bills tokenizados e ouro — ativos de perfil conservador, sem uso intensivo.

Por que isso importa?

Porque o discurso de que “tudo será tokenizado” só se sustenta se houver três elementos críticos:

  1. Confiança regulatória e jurídica — que ainda é limitada.

  2. Liquidez real e secundária — que quase não existe fora de cripto nativo.

  3. Casos de uso economicamente relevantes — que ainda são exceções.

Até aqui, os RWAs seguem um padrão conhecido: são operados por emissores cripto-nativos, voltados ao público já inserido no ecossistema, com pouca ou nenhuma penetração no mercado tradicional.

Grandes instituições — bancos, fundos, seguradoras — seguem observando de longe. Não por falta de interesse, mas por falta de estrutura: o mercado ainda é pequeno demais para justificar a entrada de players que precisam mover bilhões com segurança, escala e retorno.

Tokenização como tese estrutural (e não só narrativa)

A questão não é se ativos reais vão ou não ser tokenizados. Isso já está acontecendo. A questão é quando e como esse processo vai realmente transformar mercados.

RWAs têm potencial para:

  • Reduzir drasticamente os custos de emissão e negociação de ativos privados.

  • Dar liquidez a instrumentos que hoje são ilíquidos (como notas fiscais, royalties, créditos de carbono).

  • Democratizar o acesso a investimentos de alta qualidade — via fracionamento e contratos inteligentes.

Mas para isso, será preciso muito mais do que "colocar ativos na blockchain". Será preciso construir infraestrutura robusta, auditável, interoperável e integrada aos mecanismos legais existentes.

O paralelo com o Bitcoin de 2013

Hoje, o mercado de RWAs lembra o Bitcoin de 2013: muito entusiasmo, pouca adoção institucional. Ainda faltam liquidez secundária, governança transparente e padronização de dados. O que vemos são os primeiros experimentos — alguns promissores, outros inflados.

Mas há um consenso surgindo: quem resolver os gargalos da tokenização real — com dados verificáveis, liquidez real e integração jurídica — vai destravar um novo ciclo financeiro.

RWAs podem ser o elo que faltava entre o capital cripto e a economia real. Mas para isso, será preciso mais do que smart contracts: será preciso resolver fricções reais de crédito, confiança e governança.

Stablecoins: o novo dinheiro está ganhando escala

A TOKEN2049 foi palco de um marco que parecia distante até pouco tempo: uma stablecoin — a USD1, lançada pela família Trump — será usada como moeda principal em uma transação de US$ 2 bilhões na compra de participação no Binance, por um fundo dos Emirados Árabes.

Esse anúncio pode ter vindo com nome e contexto midiáticos, mas o que ele simboliza vai muito além da política: as stablecoins estão deixando de ser um subproduto do DeFi e passando a atuar como infraestrutura de capital real para operações institucionais.

Elas são hoje o elo mais maduro entre o sistema cripto e o mercado tradicional. Seu crescimento não é apenas quantitativo (o market cap combinado já passa de US$ 150 bilhões), mas qualitativo:

  • Tornaram-se reservas de valor estáveis para países com inflação crônica.

  • São usadas como rails para liquidações globais em tempo real.

  • Estão virando alternativa ao dólar físico e até ao sistema bancário em países em crise.

O uso da USD1 em uma aquisição dessa escala marca a entrada oficial das stablecoins em um novo ciclo: o de meios de pagamento soberanos não estatais.

É uma transição importante: antes, dinheiro era emitido por Estados e usado com a intermediação de bancos. Agora, tokens lastreados em dólar circulam fora da estrutura tradicional, com liquidez constante e cada vez mais aceitação.

O futuro da soberania monetária

Esse movimento levanta questões estratégicas: se moedas digitais privadas (como a USD1) ganharem tração global, como os governos vão reagir? E como lidar com a disputa de narrativas — entre o dólar oficial, o cripto-dólar, e as futuras CBDCs?

Por um lado, stablecoins oferecem eficiência, transparência e interoperabilidade global. Por outro, abrem um novo território geopolítico: quem controla os contratos, os emissores e os dados de uso dessas moedas?

A verdade é que estamos diante de um novo tipo de ativo: um “dólar com API”, programável, acessível e sem fronteiras. A transação com a USD1 não é só uma excentricidade política. É o ensaio real de como negócios, tesourarias e acordos internacionais podem acontecer sem bancos centrais nem câmaras de compensação.

Não é sobre cripto versus sistema tradicional. É sobre a construção de uma nova base monetária — mais fluida, mais conectada, e cada vez menos dependente dos caminhos antigos.

Jurisdição: entre o caos macro e a fragmentação regulatória

Se há um fio condutor que atravessou muitas das falas na TOKEN2049 Dubai, ele foi este: o mundo está instável — e as criptomoedas estão deixando de ser uma aposta alternativa para se tornarem um espaço de resiliência.

Dan Morehead, fundador da Pantera Capital, comparou o sistema econômico global a um “globo de neve sendo sacudido”: dívida crescente, políticas monetárias expansionistas e uma perda geral de confiança em ativos tradicionais como ações e títulos. Nesse cenário, o apelo das criptos vai além da inovação — passa a ser uma questão de soberania, liquidez e proteção.

A descentralização — antes vista como um experimento técnico — está se tornando uma característica desejada do ponto de vista macroeconômico.

O paradoxo da globalização cripto

Mas à medida que o setor amadurece, outro desafio se impõe: a incompatibilidade entre a natureza global da cripto e a fragmentação das regulações.

Changpeng Zhao (CZ), fundador da Binance, foi direto em sua fala:

“Muitos reguladores ainda querem regular tudo localmente — custódia local, livro de ordens local, equipe local. Fazer isso em 200 países diferentes é inviável.”

Ele destacou que o custo e a complexidade para implementar soluções locais em cada jurisdição são um obstáculo real. Ao mesmo tempo, elogiou os Emirados Árabes por adotarem uma abordagem mais coerente com a natureza transnacional das criptos: pró-cripto, pró-negócio e aberta à inovação.

Para onde vamos a partir daqui?

A TOKEN2049 escancarou esse ponto de tensão: enquanto o macro empurra investidores para fora do sistema tradicional, o micro (regulatório) ainda freia a plena integração das criptomoedas.

O caminho parece inevitável, mas não linear. Será preciso:

  • Cooperação regulatória entre países, criando normas minimamente compatíveis.

  • Infraestruturas neutras e auditáveis, que respeitem a soberania local sem inviabilizar a lógica global.

  • Modelos híbridos, onde o melhor da descentralização e do compliance possam coexistir.

O desafio agora não é provar que o cripto funciona. É fazer com que ele funcione globalmente, com legitimidade e escala.

O sistema está mudando. A pergunta é: você está pronto para operar nele?

A TOKEN2049 Dubai não foi sobre o futuro da cripto — foi sobre o presente do capital. Entre RWAs tentando romper o hype, stablecoins sendo usadas como instrumentos soberanos e uma regulação ainda presa a fronteiras, vimos com clareza uma verdade incômoda: o dinheiro já mudou. E quem opera nele precisa entender o novo mapa.

A tokenização não é só uma ferramenta — é um processo de reconstrução. De mercado, de confiança, de liquidez. Mas ainda faltam infraestrutura, padronização e interoperabilidade para que ativos reais ganhem escala. Hoje, a promessa ainda está à frente da prática.

As stablecoins, por sua vez, já avançaram uma casa. Não são mais “casos de uso em potencial” — são hoje moeda funcional para negociações globais. Mas com esse avanço vem uma nova camada de disputa: quem controla os tokens que agora representam o dólar, o valor, o poder?

E no pano de fundo de tudo isso, uma pergunta: como regular o irregulável? A descentralização é global, mas os reguladores seguem locais. O resultado? Um paradoxo de jurisdições, onde empresas precisam escolher entre inovação e viabilidade legal.

Nada disso é teoria. Tudo isso está acontecendo.

A TOKEN2049 mostrou que a nova economia já não se contenta com discursos. Ela quer rails reais, ativos líquidos e formas justas de gerar, capturar e mover valor. Para quem vive da criação, da operação ou do investimento, a mensagem é clara: o capital digital já está entre nós.

E talvez, só talvez, as empresas mais relevantes da próxima década estejam sendo desenhadas agora — silenciosamente — nos bastidores dessa transição. Quem sabe a DUX comece a desbravar esses horizontes antes do que muita gente imagina.

Com ou sem digitalização do capital, o fluxo para quem cria continua travado. E nós existimos para mudar isso. Se você vive da criatividade, mas precisa de liquidez real para crescer, fale com a gente.

Artigos relacionados

Artigos relacionados

Artigos relacionados

Alguns outros materiais nossos que podem lhe interessar

Tendências

12 de mai. de 2025

Creator Economy 2.0: Como Criadores Estão Virando Empresas — e Por Que Só Vai Escalar Quem Estruturar
Imagem de capa do artigo “Creator Economy 2.0” da DUX, com o título “Quando Talento Vira Empresa e Audiência Vira Negócio”. Arte visual com estética digital e criativa, representando criadores de conteúdo e a profissionalização da creator economy.

A creator economy está mudando: talento não basta. Criadores que pensam como empresa, estruturam sua operação e investem em autonomia vão liderar o jogo. Este artigo mostra por que — e como — fazer essa virada agora.

Tendências

12 de mai. de 2025

Creator Economy 2.0: Como Criadores Estão Virando Empresas — e Por Que Só Vai Escalar Quem Estruturar
Imagem de capa do artigo “Creator Economy 2.0” da DUX, com o título “Quando Talento Vira Empresa e Audiência Vira Negócio”. Arte visual com estética digital e criativa, representando criadores de conteúdo e a profissionalização da creator economy.

A creator economy está mudando: talento não basta. Criadores que pensam como empresa, estruturam sua operação e investem em autonomia vão liderar o jogo. Este artigo mostra por que — e como — fazer essa virada agora.

Tendências

5 de mai. de 2025

Índia aposta US$ 1 bilhão na Creator Economy — e o que falta para o Brasil investir em quem cria?

Com um fundo de US$ 1 bilhão, a Índia transforma criadores em motor de crescimento e influência global. E o Brasil? O que falta para destravar o potencial da nossa economia criativa? A DUX te mostra o caminho.

Tendências

5 de mai. de 2025

Índia aposta US$ 1 bilhão na Creator Economy — e o que falta para o Brasil investir em quem cria?

Com um fundo de US$ 1 bilhão, a Índia transforma criadores em motor de crescimento e influência global. E o Brasil? O que falta para destravar o potencial da nossa economia criativa? A DUX te mostra o caminho.

Tendências

29 de abr. de 2025

Dubai, TOKEN2049 e a DUX: onde o futuro da Creator Economy está sendo escrito
Pessoa de túnica árabe observa o skyline futurista de Dubai ao pôr do sol, com prédios altos em construção. Elementos gráficos modernos, como o logo da DUX em amarelo e preto, a bandeira dos Emirados Árabes Unidos e glitchs visuais completam a composição

Do deserto ao protagonismo global, Dubai virou o palco dos grandes eventos — e a DUX marca presença no TOKEN2049 para acelerar a nova economia criativa com capital, visão e impacto global.

Tendências

29 de abr. de 2025

Dubai, TOKEN2049 e a DUX: onde o futuro da Creator Economy está sendo escrito
Pessoa de túnica árabe observa o skyline futurista de Dubai ao pôr do sol, com prédios altos em construção. Elementos gráficos modernos, como o logo da DUX em amarelo e preto, a bandeira dos Emirados Árabes Unidos e glitchs visuais completam a composição

Do deserto ao protagonismo global, Dubai virou o palco dos grandes eventos — e a DUX marca presença no TOKEN2049 para acelerar a nova economia criativa com capital, visão e impacto global.

Tendências

12 de mai. de 2025

Creator Economy 2.0: Como Criadores Estão Virando Empresas — e Por Que Só Vai Escalar Quem Estruturar
Imagem de capa do artigo “Creator Economy 2.0” da DUX, com o título “Quando Talento Vira Empresa e Audiência Vira Negócio”. Arte visual com estética digital e criativa, representando criadores de conteúdo e a profissionalização da creator economy.

A creator economy está mudando: talento não basta. Criadores que pensam como empresa, estruturam sua operação e investem em autonomia vão liderar o jogo. Este artigo mostra por que — e como — fazer essa virada agora.

Tendências

5 de mai. de 2025

Índia aposta US$ 1 bilhão na Creator Economy — e o que falta para o Brasil investir em quem cria?

Com um fundo de US$ 1 bilhão, a Índia transforma criadores em motor de crescimento e influência global. E o Brasil? O que falta para destravar o potencial da nossa economia criativa? A DUX te mostra o caminho.